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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quem são estes que mandam?

A profissionalização no futebol é urgente. Mandatários dos clubes devem possuir capacidade gerencial suficiente para comandar um clube. Presidente não deve ser torcedor, e sim um bom gestor. Vale à pena conferir um breve histórico de alguns presidentes de clubes brasileiros e refletir.
Alexandre Kalil – Presidente do Clube Atlético Mineiro – Um dos responsáveis pela Erkal Engenharia (negócio familiar) e gestor desportivo. Presidente do conselho deliberativo e diretor de futebol, eleito presidente do 51º mandato do clube em 2008, é ativo no cargo que ocupa até a atualidade.
Marcos Augusto Malucelli – Presidente do Clube Atlético Paranaense - Conselheiro do Atlético Paranaense desde 1973 e já passou por vários cargos dentro do Clube. Foi diretor do Departamento Jurídico do CAP e também diretor de Futebol. Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná, em 1972, especialista em Direito Bancário e Desportivo.
Maurício Assumpção – Presidente do Botafogo de futebol e Regatas – Foi eleito com sua chapa (única escrita para eleição) ao Manoel Renha. Maurício é dentista e professor universitário.
Patrícia Amorim – Presidenta do Clube de Regatas do Flamengo - A professora e presidenta do Clube de Regatas do Flamengo foi reeleita para seu terceiro mandato consecutivo como vereadora da cidade do Rio de Janeiro, em 2008. É formada em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e filiada ao PSDB. Tem uma escolinha de natação que leva seu nome. Ativista voluntária na comunidade judaica atua como diretora na Federação Israelita do Rio de Janeiro através da Macabi Rio, braço esportivo da federação.
Carlos Roberto de Oliveira – Presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama - Mais conhecido como Roberto Dinamite, o ex-futebolista brasileiro é o atual presidente do clube. É tido como maior ídolo do Vasco pelos torcedores. Como político, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e quatro vezes deputado estadual no estado homônimo.
José Perrella de Oliveira Costa – Presidente do Cruzeiro Esporte Clube - Empresário, dirigente e conselheiro do Cruzeiro e político brasileiro do estado de Minas Gerais. Foi presidente do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados e de Frios de Minas Gerais (Sinduscarne). Também foi diretor da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Assumiu pela primeira vez a presidência do Cruzeiro em 1994, cargo que ocupou durante três mandatos. Em 2008 foi novamente eleito presidente do Cruzeiro, assumindo em 2009 o seu quarto mandato no comando do clube. Foi deputado federal e estadual pelo estado de Minas Gerais.
Claro que esta é uma pequena amostra da população de presidentes de clubes. Mas vale refletir sobre o desempenho de cada um. Até que ponto o interesse do clube é tratado com prioridade? O envolvimento da política é benéfico ao clube ou ao presidente? A certeza é que nesse Brasil tem muita gente preparada para estes cargos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Neymar x Dorival, Dorival x Diretoria - Um caso, duas verdades


Na última postagem escrevi sobre o craque Neymar e seu comportamento. Minha opinião continua a mesma. No caso Neymar x Dorival manifesto meu apoio para o ex-técnico do Santos. Hierarquia é algo sério dentro de uma organização. Organograma divide cargos e funções para ser colocado em prática no cotidiano da instituição.
Entretanto o caso desta semana é diferente. Desta vez é Dorival x Diretoria do Santos. O fato é que continuo com a mesma opinião sobre a importância da hierarquia. O pensamento do que é certo ou errado para o Dorival não importa para justificar sua demissão. Interpretação de texto é algo importante para qualquer profissional. Luís Álvaro foi claro quando diz em sua última frase da entrevista: “Por decisão unânime, ele será afastado até a partida contra o Guarani.”
Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro assumiu a função de Oficial de Gabinete do Ministro da Educação com apenas 20 anos de idade. Foi nomeado Técnico em Assuntos Educacionais do MEC, cargo que ocupou por 30 anos. Sócio e diretor do grupo EMBRAESP de 1973 ate 1981.
Em 1983, assumiu a Diretoria de Patrimônio do Banespa onde ficou por quatro anos. Além de diversas participações em renomeados conselhos. Luís é um gestor, e sendo assim conseguiu ressurgir com o produto Santos Futebol Clube.
O presidente do Santos não é um “cabeça de bagre”, como vemos em muitas presidências de clube, e com sua trajetória profissional duvido muito que a demissão de Dorival tenha sido por uma simples desavença.
As entrevistas são apenas uma pequena parte de toda história. Mas tenho a opinião de que da parte esportiva o time do Santos perdeu e Dorival também. Mas na parte organizacional a Diretoria parece ter ganhado.
“O fraco fica em dúvida antes de tomar uma decisão; o forte, depois.” Karl Kraus

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Neymar, Neymar...se cuida garoto!!!


            A blindagem acabou? Estranho como os comentários mudam de água ao vinho, ou melhor, de vinho a água. Na última segunda-feira, Neymar cansou de escutar elogios e conselhos durante o Bem Amigos. Mas parece que não adiantou de nada, pelo contrário, somente aumentou a arrogância e elevou ainda mais seu nariz.
            Faço questão de deixar claro que sou um fã do futebol apresentado por este garoto. Mas sempre fui contra as defesas e elogios exagerados destinados a ele. O time do Santos estava jogando pra ele. Neymar já não é mais uma promessa, não precisa disso. Conselhos, educação e maturidade. Isso sim ele ainda precisa.
            Faltas é comum no futebol e acontecem a todo o momento. Ronaldinho Gaúcho não sofre nenhuma falta? Não o vejo reclamar. E olha que o futebol italiano não é nada dos amigáveis!!
            Na minha mente fica vagando a imagem do Neymar no Chelsea. Talvez ele fosse sofrer menos faltas néh... Será que o juiz iria marcar falta nos teatrinhos?! Pior é quando vem a imagem dele na seleção. Brasil x Argentina... É melhor parar de pensar...
            Entretanto é um craque. Não devemos massacrar o jovem homem. E sim reforçar a idéia de que ele ainda tem muito a aprender para se tornar um homem e deixar a molecagem de lado.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A figura do torcedor na “empresa” - Luxa pede, torcida acata!!


Sempre é bom comparar fatos do cotidiano de um time com uma empresa. Comparações nos auxiliam a entender determinados problemas. Comparar não ofende. Por meio de metáforas eu continuo espremendo a mesma tecla de que devemos profissionalizar o futebol.
Numa empresa você possui acionistas, investidores, diretores e presidente. Cada um exercendo suas funções, sofrendo pressões e desta mesma maneira ocorre em um clube de futebol. Uma empresa vive de resultados, lucros. E um clube também.
Entretanto uma empresa não necessita de títulos e nem de torcedores. O torcedor é o ponto crítico desta comparação. Torcedor age com emoção, raciocina com o coração. O fanatismo estala na mente deste personagem.
Considero benéfico quando o torcedor se manifesta com cobranças. Essa atitude demonstra o papel do torcedor dentro do clube como uma empresa.
Torcida deve apoiar, torcer e vibrar. Mas também deve cobrar. Essa semana o técnico do Atlético Mineiro, Vanderlei Luxemburgo, cutucou mais uma vez o rival ao enaltecer sua torcida.
Clubes com torcida com fama de ir aos estádios somente quando o desempenho está bom têm demonstrado bons desempenhos ao longo dos anos. Cruzeiro, São Paulo e Internacional são estes bons exemplos. O São Paulo na área intermediária da classificação sofreu com cobranças de torcedores no centro de treinamento. O Cruzeiro chegou a receber vaias no campeonato estadual mesmo com um bom desempenho na Taça Libertadores, assim como o Internacional.
A beleza na emoção das torcidas, no balanço das bandeiras e nos gritos de paixão é indescritível. Torcer é muito bom. Nunca vi uma torcida tão apaixonada como a do Atlético Mineiro [claro que há outras, mas digo, pois é uma que me destacou de todas que eu vi...]. Torcida Atleticana é o puro sinônimo de apoio. Belíssima demonstração de amor ao time ter o estádio apoiando sempre sua equipe. Mas até que ponto isto é positivo? Questiono-me se isso não é uma das causas do insucesso atleticano nos últimos anos. É muito cômodo para um técnico ter uma situação como essa. Falta um pouco de pressão.
Não adianta os acionistas e investidores apoiarem uma empresa que não enxerga lucros se os funcionários não trabalharem, dedicarem. Estes personagens querem resultados. A cobrança é natural e deve ser efetuada. Resultado é fruto de trabalho.
Tudo tem seu tempo. O torcedor tem que apoiar nas horas certas, torcer nas horas certas e cobrar nas horas certas. O fanatismo é uma espécie de doença que anula o racionalismo e o bom senso.
O futebol não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais importante que isso...”

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Absurdo, vergonha e vexame


            No Brasil existe um grande problema que afeta quase todos os clubes do país: o baixo grau de profissionalismo na gestão. Este é o principal fator da crise financeira e estrutural dos clubes, que, se resolvida, poderia melhorar significativamente o desempenho deles fora de campo.
            A necessidade de profissionalizar o futebol é cada vez mais evidente. Presidentes de clubes não devem ser torcedores e nem especialistas no futebol praticado. O presidente deve ser um bom gestor, aquele que possa estudar os problemas e administrar o clube como uma empresa.
            A situação que vivenciamos esta semana é vergonha. A frase dita por Alexandre Kalil é absurda. Dizer que Se eles [jogadores] tomarem um cacete na madrugada, não vai fazer mal nenhum é uma atitude tola para um presidente. Torcedores não devem pensar somente se a frase dita está moralmente ou eticamente correta. E sim, refletir se este gestor é o ideal para o clube.

            Dirigentes de clubes precisam aprender a se comportar como figuras públicas. O que eles dizem pode afetar, de maneiras distintas, inúmeras pessoas. Num país em que a violência se manifesta fulminantemente, remediar é o melhor a fazer.
            Elias Kalil, pai de Alexandre Kalil, foi presidente do Atlético de 1980 a 1985, e os efeitos positivos de sua gestão continuam se refletindo. Um gestor que comportava como um estadista, mas não hesitava em usar as mesmas armas dos eventuais adversários quando o momento exigia. Alexandre deveria aproveitar e se espelhar nos momentos de gestão de seu pai.
            Atitudes como essa não podem acabar em pizza. Punições devem ser feitas.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Previdência x Clubes


            A presença de ex-jogadores na mídia relatando sua falência é comum. A cultura brasileira de não economizar atinge ainda mais no ramo futebolístico. A Latin Panel realizou um estudo e constatou que no Brasil, 74% das pessoas não guardam nem um centavo de sua renda. Apenas 26% dos brasileiros entrevistados têm o hábito de poupar e desses só a metade consegue guardar até 10% do salário que recebe. Uma das explicações para o fato de o brasileiro poupar pouco é que a população ainda está conquistando o sonho de consumo: reformar a cada, comprar uma casa nova e investir na educação da família.
            E a Previdência Social? Os clubes brasileiros de futebol profissional têm dívidas que, somadas, chegam a cerca de R$ 2,4 bilhões, sendo que metade dela é com o Poder Público, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira. O Estado é credor de 57% da dívida, devido a impostos que não foram quitados, contribuições à Previdência Social que nunca foram depositadas e multas por esses atrasos.
            Práticas ilícitas são praticadas pelos clubes com o intuito de fraudar a Previdência Social. Essas operações são realizadas com o intuito de excluir ou reduzir a base de incidência de tributos e contribuições. A ausência de informação, nas folhas de pagamento ou outros documentos fiscais, das remunerações efetivamente pagas ludibria jogadores.
            As explicações citadas no início não se enquadram na vida de jogadores. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter estabelecido contato com Carlos Gabas, ministro da Previdência Social, sobre a possibilidade de criar um projeto de previdência inteiramente voltado aos jogadores de futebol. Até o término de seu mandato, segundo o portal de Economia UOL, o presidente deseja falar com o Clube dos 13 sobre a capacidade de o governo viabilizar os custos necessários.
            A conversa deveria ter outro tom e outra abordagem. A cobrança nos clubes deve ser feita para que estes arquem suas dívidas com o Estado. O presidente deveria ser mais sensato e implorar para os clubes pararem de tapear o governo.
Está claro que a legislação aplicada aos clubes de futebol provoca desequilíbrio financeiro e atuarial nas contas da Previdência Social, além de constituir privilégio injustificado em relação aos demais contribuintes. Não há dúvida da necessidade de aperfeiçoamento da legislação e, para tanto, é importante a mobilização do Governo, do Congresso Nacional e da sociedade em geral.
            Enquanto isso... Lá vamos nós arcarmos com mais um projeto assistencialista aos clubes.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Política do "Fielzão"

Meses atrás, o prazo para o início das obras para a Copa do Mundo de 2014 havia se encerrado e o projeto do Morumbi estava vetado pela FIFA. Como bom mineiro que sou, confesso que fiquei satisfeito. As chances para abertura da Copa em outra capital fora do eixo Rio – São Paulo acabava de se multiplicar.
Essa semana uma dúvida perdurou na minha mente. No UOL a manchete era: “Novo estádio do Corinthians receberá a abertura da Copa do Mundo de 2014”. Assustado com a notícia fui constatar na Folha de São Paulo, e desta vez a capa dizia: “Abertura da Copa será no novo estádio do Corinthians, em Itaquera”. A verdade no Brasil se modifica de forma tenebrosa.

Com o veto ao Morumbi, o estádio do Timão tornou-se a única opção, para não dizer esperança, de São Paulo para a cidade ter participação no Mundial. A decisão aconteceu na última sexta-feira, após reunião entre o governador paulista, Alberto Goldman, o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
O presidente do Corinthians, Andrés, diz: “O Corinthians não aceitaria dinheiro público, mas também não teremos dinheiro para pagar essa conta. Então, temos de sentar junto com as pessoas da CBF e da FIFA para discutir qual é a melhor maneira de fazer essa engenharia financeira”.
Tenho receio sobre este assunto, não me cheira bem. O estádio é para o Corinthians ou para a Copa? Engenharia financeira? Sem dinheiro público? O responsável pela Copa do Mundo é a Fifa. As decisões são tomadas por ela. Entretanto, até agora não consegui encontrar nenhum relato de algum membro da FIFA sobre este assunto.
Espero que entendam meu ponto de indagação. Se há críticos, também há defensores do projeto. O mérito dos torcedores do Timão para a conquista deste presente é indiscutível. O modo como estes assuntos é tratado pela política que me entristece.
De certeza eu tenho uma: Esse estádio ainda vai dá muita manchete!!!

Por Guilherme Menezes